Os cachorros do vizinho latiam, hoje, mais do que o normal.
Na hora do jantar, depois de um dia cansativo de trabalho, de médico e ainda tendo que ir para a faculdade, aqueles "benditos" não paravam de uivar.
Geralmente, não reclamo. Mas com todo aquele estresse, disse a Dona Mãe que não treia mais cães. Só se Juninho voltasse. Aquele, sim, era um cachorro.
Recordava com mainha o quanto era especial.
Ríamos das lembranças. Imitávamos as presepadas dele.
Sabes, ele parecia gente. Ou melhor, era mais que gente.
Ele só dormia quando o último morador chegasse em casa. Se estivéssemos acordados, ele ficava ali, do lado da gente. Se passava um carro na rua, ele corria latindo de onde estivesse para frente de casa. Botava medo em qualquer um com aquela cara de Lobo, mas não era nem um pouco mau.
Ia para em baixo da cama toda vez que ouvia um trovão ou fogos de artifício. Só assim ele era covarde.
Trelava mais que tudo. Era companheiro. Conversávamos muito. Por um tempo.... só ele me entendia. Pelo menos, me ouvia... sempre!
Ai, ai... Saudade!
Um cão tipo ele... merece o título de melhor amigo do homem.