Para ser sincera, embora não pareça, sou uma pessoa que gosta de planejamentos. Prefiro avaliar caminhos, construir referenciais, antes de qualquer decisão. Até porque, são as decisões do presente que fazem o nosso futuro.

Este foi o meu primeiro Carnaval sem planos, sem sonhos. Tinha quase certeza que os bons dias de festa seriam todos de cinzas. Principalmente, a Segunda.

Segunda-Feira, dia 20 de fevereiro: Ah, como ela me faz falta! A minha boa velhinha. Um ano de sua partida. Sabe, o seu Amor segue comigo. Sempre! E mais vivo! Mas, mesmo assim, faz falta, há vazio. Dela em mim. Em nós! Já diria o Caio Fernando Abreu sobre uma carta escrita, em 1886, por Camile Claudel a Rodín: "II y a toujours quelque choe d'abient qui me tourmente". Mas, às vezes, não é alguma e sim, algumas. No meu caso, a segunda opção é a mais válida. Mas, neste dia, era só ela. (Pensando bem, as minhas Alquimistas também me fazem falta. E como fazem! E, em nenhum dia, de todos os dias da minha vida, elas estavam em segundo plano).

Pois bem, meu Carnaval não foi de cinzas. Muito pelo contrário, teve muita cor, confetes, serpentinas, fogos de artifícios, abraços e beijinhos. Amigos. E música. Muita música!

O estranho de tudo isso foi não planejar nada. E tanta coisa aconteceu. Coisas boas, e pequenas e grandes emoções.

O estranho, também, foi não ter controle de tudo o que acontecia. Principalmente, das emoções.

O Carnaval teve seu fim (Todo Carnaval tem seu fim), mas as emoções não e eu não sei o que fazer com elas...

Acredito que se houvesse o planejamento, essas coisas não teriam acontecido. Eu saberia, exatamente, o que fazer com cada lembrança. Indecisões, borboletas no estômago, provavelmente, não existiriam. Mas acredito, também, que se tivesse planejado, meu Carnaval não teria tido a beleza dos meus velhos Carnavais.

Foi perfeito!


:::É você que tem - Mallu:::