E toda aquela euforia do Carnaval se foi!
E a Paixão também. (Paixão?! Engraçado! Nunca pensei que me apaixonaria por ele).
Paixão e Carnaval. Delírio e Festa. Tudo acabou em cinzas. Confesso que bem mais tarde do que se poderia prever. Tivemos mais dias juntos do que qualquer um poderia prever.

Foram dias intensos. Cheios de calor, sentimento, carinho. Tivemos cada um, o corpo do outro. Não o corpo inteiro. Não a mente inteira. Mas a metade dele consumia a metade de minh'alma. Queimava! Ele queimava meus desejos mesmo sem tomar meu corpo. E, quando tomava, era possível ver nos seus olhos a satisfação da minha 'boca, nuca, mão', umbigo. E meu corpo podia sentí-lo. Era feliz vê-lo se satisfazer em mim.
Mas, era euforia demais. Intenso demais. E tudo foi como uma queima, uma reação química. Tudo era uma queima de uma substância e um gás que no final liberam calor e luz, que no final liberam fantasias e desejos. E só!
Não tínhamos nada um com o outro. Juntos dançávamos em ritmos diferentes. Éramos de ritmos diferentes. Somos muito diferentes. E, como diria o Caio Fernando Abreu: "Mas foi bonito. Não tinha importância que não desse muito certo." E é exatamente isso. Foi bonito, foi quente, foi prazeroso e o nosso final não me é importante. Deixa-se lembranças, como o Carnaval. Mas só!


:::Desterro - Comadre Florzinha:::