Quando ele chora
Não sei se é dos olhos para fora
Não sei do que ri
Eu não sei se ele agora
Está fora de si
Ou se é o estilo de um grande cavalheiro

Quando ele a encara e desata os cabelos
Não sei se ele está mesmo aqui
Quando se joga na cama dela

Ele faz cinema
Ele faz cinema
Ele é a tal
Sei que ele pode ser mil
Mas não existe outro igual

Quando ele mente
Não sei se ele deveras sente
O que mente para ela
Será ela meramente
Mais uma personagem efêmera
Da sua trama

Quando vestido de preto
Dá a ela um beijo seco
Prevejo o fim dela
E a cada vez que o perdão
A clama

Ele faz cinema
Ele faz cinema
Ele é demais

Talvez nem a queira bem
Porém faz um bem que ninguém
A faz

Eu não sei
Se ele sabe o que fez
Quando fez o peito dela
Cantar outra vez

Quando ele jura
Não sei por que Deus ele jura
Que tem coração
e quando o coração dela
Se inflama

Ele faz cinema
Ele faz cinema
Ele é assim
Nunca será de ninguém
Porém ela não sabe viver sem
E fim.


Adaptado de Ela faz cinema de Chico Buarque


Não adianta ficar com raiva...
Chorar, espernar...
Nem tão pouco ficar triste...
Outras oportunidades virão, minha linda!